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Estudo de caso

Nos despedimos – com orgulho – de mais uma turma do Startup Zone

Três homens conversando, sentados em pedras, na praia.

[Tempo de leitura: 7 minutos]

Recentemente, concluímos mais um ciclo do Startup Zone aqui no Google for Startups Brasil. Esta turma foi muito especial, começando pelo fato de termos quase o dobro de participantes do que na edição anterior: de 12 empresas para 21, um super desafio que nos ensinou muito e que nos permitiu testar o nosso poder de escalar conteúdo.

O maior legado dessa experiência foi construir uma comunidade mais sólida de startups. Desde o começo, queríamos que todos se sentissem em casa e se fortalecessem mais como empreendedores, juntos numa mesma jornada. Quando eles chegaram ao Google for Startups Campus de São Paulo, em fevereiro deste ano, percebemos o brilho nos olhos de todos, parecia que todo mundo estava chegando na Disney (até porque estávamos inaugurando um novo andar só para eles!). Tinha startup que comentou que aquela era a terceira vez que estava aplicando, então estar ali era como um sonho e todos chegaram prontos para dar o seu melhor.

Tivemos startups vindas de vários cantos do país e isso nos orgulha muito. Algumas duplas que valem ser destacadas são Iago e Marcos do TrazFavela, direto de Salvador; Magali e Andressa da Wicar, empreendedoras de Belo Horizonte se aventurando no mercado automotivo; os agitadores e realizadores Daniel e Tarik da Proft, de Maringá. Esse pessoal todo (e mais alguns) topou o desafio de vir para São Paulo para os três meses do programa junto com outras 18 startups.

Apesar de ser a maior turma que já tivemos, a interação foi uma das melhores que vimos até hoje. Lembro que, logo no começo, o Marcos Silveira, fundador da Datapedia, resolveu puxar um encontro para que todos pudessem falar sobre suas jornadas pessoais, muito além das suas startups. O encontro foi abraçado por todos, e deu pra ver que os empreendedores se abriram de verdade, compartilhando histórias e fatos pessoais que nunca conheceríamos se ficássemos só na discussão do business. Das histórias mais bacanas que surgiram nessa conversa, posso citar a da Daniela, fundadora da Co.Urban, que superou os obstáculos de empreender com um filho de oito meses em um mercado muito tradicional (limpeza urbana), ou a história mágica de como o Amir, chef de cozinha refugiado do Irã encontrou no Marcos um sócio para colocar o Foozi (delivery de refeições caseiras entregues pelo próprio cozinheiro dentro do seu bairro) de pé.

Como esse encontro aconteceu logo no começo do programa, ajudou a criar laços mais estreitos e toda uma sensação de comunidade unida – e isso foi essencial quando passamos para a fase do distanciamento social. Ao longo de toda a jornada com as 21 empresas, vimos vários momentos em que um se dispunha a ajudar o outro, chamando para avaliar o novo site de alguém, ou compartilhando alguma expertise. Mesmo após o fim do programa, eles continuaram a marcar happy hours, só que agora de forma remota. Foi uma turma que realmente nos lembrou que quando você mostra que está disposto a ajudar e ir um pouco além, você recebe de volta.

A principal evolução que vimos nos empreendedores foi justamente a preocupação com a validação do produto e em como definir o seu modelo de negócio. Mas percebemos que todos saíram com uma mentalidade que vai bem além disso. Eles saíram pensando em como construir algo que seus clientes amariam, como ter a certeza que você está construindo um produto que é útil para alguém. Posso citar aqui o exemplo da SimplificaAí, que chegou como uma consultoria em marketing digital, e encontrou um modelo melhor com uma plataforma educacional para o setor. Ou os três sócios da Luna, plataforma de seguros para bicicletas, que já haviam pivotado a ideia a partir de uma startup de reparos caseiros e não tiveram medo de reavaliar se estavam no caminho certo.

Depois de um mês do começo do programa, todos tivemos que ir para casa, por causa da pandemia da COVID-19. Foi um momento complicado e de muitas adaptações. Uma das startups da turma inclusive teve que tomar a difícil mas necessária decisão de encerrar as operações, já que seu negócio não poderia migrar para o on-line. Apesar disso, temos a certeza de que esse jovem empreendedor, o Adam da Brev, voltará ainda mais forte em sua próxima empreitada.

Essa turma do Startup Zone foi diretamente impactada pelas mudanças impostas pela nova realidade que estamos vivendo. Foi com esses empreendedores que realizamos pela primeira vez a dinâmica de entrega de conteúdo e mentorias 100% on-line. E eles foram ótimos! Entraram de cabeça, se mantiveram presentes e ativos durante as sessões remotas, nos deram valiosos feedbacks. Graças a eles, tivemos a chance de testar e aperfeiçoar a nossa habilidade de se adaptar ao isolamento social sem prejudicar a curva de desenvolvimento das startups.

Apesar de todos os desafios que este momento sem precedentes nos apresentou, ele nos ajudou a criar laços mais fortes. A gente ouviu, durante a sessão de encerramento do programa que fizemos por videoconferência, relatos emocionantes de como os empreendedores da turma puderam se apoiar uns nos outros durante a fase de incertezas dessa crise.

A abertura que cada um demonstrou é um exemplo do porque o Google for Startups existe e acredita no potencial dos empreendedores brasileiros, que se ajudam, reconhecem quando não sabem alguma coisa e estão constantemente em busca de sua melhor versão. E é isso que a gente vai seguir buscando em todos os times de startups que se inscrevem para participar dos nossos programas: potencial de crescimento e impacto, sim, mas sempre com muita empatia em nível pessoal.

Saiba mais sobre todas as startups participantes da Turma #1 da Startup Zone clicando aqui.